Arquivo da categoria: Povos antigos
Povo Nórdico
Os países nórdicos constituem uma região da Europa setentrional e do Atlântico Norte, composta pela Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia, e as regiões autônomas das Ilhas Faroé, arquipélago da Åland e Groenlândia.
O termo “Escandinávia” é por vezes utilizado como sinônimo para os países nórdicos, embora dentro desses países os termos sejam considerados distintos. Os países escandinavos são a Noruega, a Suécia e a Dinamarca. Os países nórdicos são os países escandinavos e a Finlândia e a Islândia.
A religiosidade nórdica pré-cristã, também conhecida como paganismo nórdico, é um aglomerado de práticas religiosas das populações que viveram na região da Escandinávia desde a Pré-História até a Era Viking, na Idade Média, e ao longo do tempo compartilharam e desenvolveram ritos e mitos com outros grupos germânicos. Por serem um povo com raros indivíduos letrados em sua escrita rúnica e poucas destas inscrições terem sobrevivido, o pesquisador da cultura nórdica pré-cristã, ao buscar fontes contemporâneas ao paganismo, precisa se debruçar sobre os achados arqueológicos para compreender esta religiosidade. Uma destas alternativas de fontes são os monumentos de pedra escandinavos, que, dentre os diversos tipos de arranjos megalíticos, em alguns apresentam em suas faces esculturas de símbolos, deuses, animais, criaturas mitológicas e cenas do cotidiano, se revelando um rico material para análise.
Os vikings
Conhecidos por suas aventuras além-mar e uma idealização guerreira, os povos vikings constituíram sociedades muito mais complexas e culturalmente ricas do que se reproduz no imaginário contemporâneo dos “povos bárbaros”. O termo viking é amplamente utilizado para denominar os habitantes da Escandinávia Medieval, mais precisamente os que viveram no período chamado Era Viking. Entretanto, este termo está atrelado ao indivíduo que viajava os mares em busca de saques, correspondendo a apenas uma parte da população nórdica. Mesmo com essa problemática, a nomenclatura “viking” continua a ser utilizada, visando facilitar o entendimento por parte dos interessados no assunto.
Entre as contribuições mais valiosas de sua cultura está o barco, que era utilizado nas incursões vikings da seguinte forma: máximo de 70 homens em cada embarcação, apenas uma vela e um mastro, 5 metros de largura e 25 metros de comprimento e 30 remadores. Por vezes, eles levavam cavalos nas embarcações no intuito da locomoção nas terras a serem exploradas.
Outra característica marcante dos vikings era a sua maneira de vestir. Por serem da Escandinávia, países que apresentam baixas temperaturas, utilizavam vestimentas que combinavam peles grossas e couro de origem animal. Eram grandes apreciadores da combinação de artefatos de pedra e metal. Ao contrário do que se pensa, os vikings não utilizavam capacetes com chifres, sendo essa características um invenção de óperas do século XIX que reforçavam sua imagem bárbara. Os elmos eram, na verdade, cônicos, como pode ser visto na famosa imagem do Timoneiro viking, ao lado.
Os vikings possuíam habitações extremamente simples, onde usavam como matérias primas básicas a madeira, pedras e relva seca. Quando analisamos também a distribuição espacial da residência, percebemos uma formação simples, onde muitas vezes só existia apenas um cômodo na casa inteira. Já nas famílias que possuíam um pouco mais de riquezas, podemos perceber uma divisão mais complexa da residência, com vários cômodos, como sala, quartos e cozinha.
Religiosidade:
Ao estudarmos a cultura viking, nos deparamos com uma religiosidade muito curiosa, pois, na medida em que compartilha diversos aspectos práticos e narrativas míticas com outros povos germânicos continentais, apresenta uma rica pluralidade e mutabilidade em sua religiosidade interna.
As manifestações das religiosidades na Escandinávia durante a Era Viking constituem-se da somatória das práticas e costumes que denominamos de mito, religião e magia. Para esclarecer um pouco mais, definiremos o mito como a narrativa fantástica que trata da cosmovisão de um povo e conferem sentido à vida; a religião como os ritos públicos edificados na sociedade e que lhe fornece uma identificação coletiva; e a magia como as práticas rituais de cunho doméstico e cotidiano.
Estas características se dão devido ao fato da Religiosidade Nórdica Pré-Cristã ser um sistema religioso não revelado, não hierárquico e não centralizado, portanto sem livro sagrado, sem poder social/militar hierárquico, sem dogmas e sem sacerdócio profissional institucionalizado.
Assim, seus ritos públicos, comumente sacrificiais (Blót), marcavam a sazonalidade do tempo, sendo conduzido pela liderança local (o mais respeitado e poderoso fazendeiro, um nobre jarl ou, no caso da Islândia, pelo Goði), envolvendo a comunidade no ritual, tanto na preparação quanto na execução.
As práticas mágicas, por possuírem um caráter mais pessoal, apresentam uma intencionalidade particular, podendo também estar ligadas à fertilidade e à fartura, mas também podem ser feitas com o objetivo de amaldiçoar ou proteger alguém e até de falar com os mortos.
Dentre as várias categorias mágicas, a mais conhecida é chamada de Seiðir, presente tanto no mundo do campo como no da elite.
Os mitos nórdicos fundamentavam-se puramente na tradição oral e sobreviveram na memória das pessoas em forma de contos e poesias. Algumas pessoas especializavam-se na composição de poemas sobre personagens fantásticos ou mesmo históricos, mas sempre recorriam à mitologia através de uma das mais fortes características da poesia escandinava, a metáfora mitológica chamada kenning.
A narração e a reapropriação dos mitos pelo skald (o poeta escandinavo) e pelos ouvintes, ainda que possuísse ferramentas mnemônicas para manutenção da estrutura, tornava a mitologia do norte um conjunto de narrativas com algumas variações regionais e temporais.
Essas categorias coexistiam e mesclavam-se na vida religiosa do homem escandinavo medieval, atravessando o tempo.
Ataques vikings: como tudo começou
Ao final do século VIII uma onde de violência aterrorizou os moradores da costa norte da Europa, ataques vikings. Eles saqueavam e matavam e a cada ataque os rumores aumentavam. Seus líderes foram lendas vivas que possuíam uma cultura sangrenta, mas muito avançada. A cultura viking morreu a mais de 1000 anos, mas sua reputação permanece; Tudo começou em 793 depois de Cristo, com um ato de sacrilégio… Na Costa nordeste da Inglaterra, em Lindisfarne havia um famoso monastério, um dos santuários mais sagrados da cristandade. Este foi totalmente destruído e saqueado e os comentários espalharam-se rapidamente pela Europa. Ninguém sabia da existência dos vikings até os barcos surgirem no horizonte.
A problemática do estudo da Religiosidade Nórdica Pré-Cristã
Para se estudar a religiosidade nórdica pré-cristã, se procurarmos fontes escritas contemporâneas à Era Viking, o material é demasiado escarço, pois, os nórdicos possuíam pouquíssimos indivíduos letrados em sua escrita rúnica. Além disso, os materiais utilizados para se escrever, em sua maioria couro, madeira e osso, se decompuseram ao longo do tempo, restando apenas algumas destas inscrições, em sua maioria em pedra.
Devido à esta escassez é comum que os estudiosos utilizem dos escritos posteriores a Era Viking, principalmente as eddas, as sagas dentre outros manuscritos. Entretanto, fontes assim são de origem cristã ou foram transcritas (e provavelmente adulteradas durante o processo) por cristãos.
Cemitério Viking em Lindholm
Na década de 1950, arqueólogos descobriram um cemitério em uma colina perto de Aalborg. Hoje, este é o maior e mais bem preservado cemitério viking da Escandinávia.
Durante as escavações realizadas entre 1952 e 1958, arqueólogos descobriram 682 sepulturas preservadas sob 4 metros de areia. Hoje, este é o maior cemitério do tipo na Escandinávia e mostra como o dinamarquês vivia há cerca de 1.600 anos.
O cemitério possui diferentes formas das sepulturas: as estruturas triangulares são para os homens e as estruturas ovais para as mulheres. Ao topo da colina encontram-se os túmulos mais antigos, que remontam a cerca de 400 a.C. Os túmulos mais recentes, por volta de 1.000 a.C., ficam mais abaixo.
As sepulturas cobertas por montes de grama são da Idade do Ferro. Geralmente, os túmulos vikings incluem um círculo de pedras, que era onde se fazia uma fogueira para a cremação.
As escavações também revelaram outras descobertas: é possível ver moedas e joias, além de objetos em vidro e outros…